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COMO O POVO DE DEUS DEVE LIDAR COM O SOFRIMENTO


O apóstolo Pedro escreveu sua primeira carta para os crentes da diáspora, dispersos, arrancados e desinstalados de sua terra, família e igreja. Esses crentes estavam sendo perseguidos. Seus bens estavam sendo saqueados. O clima era de tensão e medo. Embora, odiados pelo mundo, eram eleitos de Deus. Embora despojados pelo mundo, eram donos de uma herança incorruptível. Embora, desarraigados de suas terras e sofrendo toda sorte de opressão, eram guardados pelo poder de Deus. Embora, sofrendo angústias no presente, eram encorajados a olhar para o futuro e arrancar forças para prosseguir vitoriosamente.

Nessa carta apostolar, Pedro trata de forma clara sobre a questão do sofrimento. Como lidar com ele?

O povo de Deus não deve estranhar o sofrimento O sofrimento é a agenda do dia do povo de Deus neste mundo. Diz Pedro: “Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma cousa extraordinária vos estivesse acontecendo” (1 Pe 4:12). Vida cristã não é uma colônia de férias, uma estufa espiritual ou uma redoma de vidro, pelo contrário, é um campo de batalhas, um caminho juncado de espinhos e o palco de tensão e sofrimento. Neste mundo passamos por muitas aflições. Temos que lidar com a fúria do diabo, com o esquema deste mundo tenebroso, com os impulsos pecaminosos da carne. Ser cristão é viver na contra-mão desse sistema perverso; é ser luz nas trevas; é andar na verdade num mundo onde prevalece a mentira; é buscar a santidade num mundo que cambaleia trôpego e se afunda na impureza. Quando a igreja é mais fiel a Deus, ela se torna mais perseguida pelo mundo, pois todo aquele que quiser viver piedosamente em Cristo será perseguido.

O povo de Deus deve alegrar-se no sofrimentoA questão central não é se vamos ou não passar pelo sofrimento neste mundo, mas como vamos reagir a ele. Pedro exorta: “... alegrai-vos na medida em que sois co-participantes dos sofrimentos de Cristo, para que também, na revelação de sua glória, vos alegreis exultando” (1 Pe 4:13). Devemos olhar para o sofrimento na perspectiva da recompensa que teremos na segunda vinda de Cristo e em vez de tristeza e desespero, devemos nos alegrar, com alegria indizível e cheia de glória. Agora, temos dor e lágrimas; agora, passamos pelo vale e pelo deserto. Mas, no fim da jornada, quando Jesus voltar em glória, receberemos nossa recompensa. Caminhamos com os pés na terra e o coração no céu. As tribulações do tempo são leves e momentâneas comparadas com as consolações da eternidade. 

O povo de Deus deve avaliar o sofrimentoO cristão não deve sofrer por qualquer motivo. Há sofrimentos que não cabem na vida de um cristão. Podemos sofrer em razão da nossa fé e testemunho e não por causa da uma vida desregrada e repreensível. O apóstolo Pedro diz: “Se, pelo nome de Cristo, sois injuriados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito de glória e de Deus. Não sofra, porém, nenhum de vós como assassino, ou ladrão, ou malfeitor, ou como quem se intromete em negócios alheios; mas se sofrer como cristão, não se envergonhe disso; antes glorifique a Deus com esse nome” (1 Pe 4:14-16). A questão não é o sofrimento, mas a causa dele. Há pessoas que são as causadoras do seu próprio sofrimento. Esse sofrimento não produz glória, mas opróbrio; não resulta em bênção e recompensa, mas em maldição e condenação.

O povo de Deus deve confiar no Senhor no sofrimentoO cristão crê na soberania e no amor de Deus. Ele sabe que Deus está no controle da sua vida e trabalha todas as circunstâncias para o seu bem. Quando as pessoas intentam o mal contra ele, Deus transforma esse mal em bem. Quando o sofrimento o encurrala e o cerca por todos os lados, ele olha para Deus, entrega a sua causa ao Senhor e continua vivendo na prática das boas obras. O apóstolo Pedro exorta: “Por isso, também os que sofrem segundo a vontade de Deus encomendem a sua alma ao fiel Criador, na prática do bem” (1 Pe 4:19). O sofrimento longe de nos afastar de Deus, nos coloca mais perto dele. O fogo do sofrimento em vez de nos destruir, apenas remove as nossas escórias. Assim como aconteceu com o nosso Senhor, também aprendemos pelas coisas que sofremos.

                                                                                                                                                       R.H.D.L